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Uma guerra comercial entre EUA e Brasil pode estar prestes a ser instaurada.
Depois de afirmar que o Brasil não estava sendo muito bom para os EUA, Trump anunciou uma nova tarifa de 50% sobre todas as exportações brasileiras — representando um salto em relação à tarifa de 10% imposta em abril.
A tarifa, que é a maior entre todos os países taxados pelos americanos nesta semana, vai entrar em vigor em 1º de agosto e veio acompanhada de uma carta enviada ao presidente Lula.
Na mensagem enviada a Lula, Trump justificou o tarifaço com dois argumentos:
- Motivos políticos, citando o tratamento dado a Bolsonaro e o que chamou de “censura” do STF às redes sociais;
- Motivos econômicos, alegando que a relação comercial com o Brasil é “injusta e desequilibrada”.
A questão é que o argumento usado por Trump com relação à economia não procede. Desde 2009, o Brasil acumula déficits comerciais com os EUA. No total, os americanos já venderam US$ 90 bi a mais ao Brasil desde então.
(Imagem: g1)
“O Brasil é um país soberano…”
Como resposta, Lula reafirmou a soberania brasileira, além de dizer que responderá “à luz da Lei da Reciprocidade Econômica”, aprovada pelo Congresso. Caso isso venha a acontecer, os EUA já avisaram que vão adicionar o valor em questão em cima dos 50%.
Parlamentares da base do governo atribuem a medida à influência da família Bolsonaro, especialmente Eduardo, que vive nos EUA e articula sanções contra o STF.
- O deputado cobrou o Congresso pela aprovação da pauta da anistia — e chegou a chamar a sobretaxação imposta pelos EUA de “tarifa-Moraes”.
Já opositores atribuem o episódio à política externa “ideológica” de Lula. Bolsonaro chegou a publicar um versículo bíblico com indiretas ao presidente. Tarcísio de Freitas e Nikolas Ferreira também culparam o governo pelas taxas.
Enquanto isso, quem deve “pagar a conta” é você…
Com a medida afetando diretamente produtos como petróleo, carne bovina, aço e café, o agro e a indústria já alertam o consequente aumento de custo de insumos importados — e a possibilidade do aumento do desemprego.
Já no mercado, os futuros do Ibovespa fecharam com queda de 2,44%, enquanto dólar disparou, fechando em R$ 5,61.