
Estudo aponta que eventos extremos estão encarecendo itens básicos como arroz, cebola, alface e até o café do dia a dia
A conta das mudanças climáticas já começou a chegar — e ela aparece direto na prateleira do supermercado. Um novo estudo internacional revelou que fenômenos climáticos extremos, como secas, inundações e ondas de calor, estão pressionando o preço de alimentos em diversas partes do mundo, tornando o custo da alimentação cada vez mais alto para a população.
A lógica é clara: quando o clima destrói uma safra em um país, os efeitos se espalham globalmente por meio do comércio internacional, atingindo consumidores em lugares muitas vezes distantes do evento climático original.
Casos recentes mostram os impactos no prato do consumidor:
- Chocolate: O preço disparou no Reino Unido após uma seca em Gana e na Costa do Marfim, principais produtores de cacau. A matéria-prima subiu 280% em abril.
- Cebola: Alta de 89% na Índia, devido a estiagens que afetaram o cultivo.
- Arroz: Teve aumento de 48% no Japão, consequência de clima instável e menor produção.
- Azeite de oliva: Encareceu 50% na Europa, afetado por verões extremamente secos em países mediterrâneos.
- Alface: Subiu impressionantes 300% na Austrália após inundações em 2022.
- Café: Teve alta de 55% no Brasil, devido à seca que atingiu plantações em 2023.
Projeções preocupam
Segundo o estudo, se as emissões de gases de efeito estufa continuarem no ritmo atual, o impacto do clima nos preços dos alimentos pode crescer até 50% até 2035. Isso significa que produtos básicos podem se tornar inacessíveis para parcelas da população, aumentando a insegurança alimentar em escala global.
Um problema global com reflexos locais
Embora os dados sejam globais, os efeitos já são sentidos no Brasil, especialmente em regiões que dependem da agricultura familiar. O aumento dos custos para produção, transporte e insumos pressiona produtores e encarece o prato do consumidor final.
Especialistas alertam para a urgência de políticas públicas que combinem sustentabilidade ambiental com segurança alimentar, além de investimentos em tecnologia agrícola adaptada às novas condições climáticas.