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Prefeitos de Goiás pressionam por mais repasses e alertam para risco de colapso nas contas públicas
Nesta quarta-feira (13/09), a Prefeitura de Catalão manteve todas as repartições públicas diretas e indiretas de portas fechadas. A decisão ocorreu após decreto do prefeito Adib Elias, que estabeleceu ponto facultativo como forma de aderir à mobilização estadual contra a grave crise financeira que atinge os municípios brasileiros.
A paralisação acontece em um contexto de queda expressiva no repasse do Fundo de Participação dos Municípios (FPM), situação que, segundo o prefeito, tem comprometido seriamente a saúde fiscal da administração municipal. Em pronunciamentos recentes, Adib Elias vem reforçando que a redução da arrecadação ameaça a manutenção de serviços essenciais.
Mobilização em todo o estado
Catalão não foi a única cidade a cruzar os braços. Municípios vizinhos, como Três Ranchos, Anhaguera, Cumari e Nova Aurora, também suspenderam atividades em solidariedade ao movimento.
Ao todo, 225 prefeitos goianos confirmaram presença no “Dia Estadual de Protestos pela Autonomia Financeira dos Municípios”, realizado na manhã desta quarta-feira na Assembleia Legislativa de Goiás (Alego). A mobilização foi organizada pela Federação Goiana dos Municípios (FGM) e pela Associação Goiana dos Municípios (AGM), que reivindicam maior equilíbrio nos repasses e socorro financeiro imediato. A expectativa é de que até 235 cidades participem até o final do dia.
Situação crítica
O presidente da FGM, Haroldo Naves (MDB), prefeito de Campos Verdes, destacou que a crise atingiu níveis alarmantes:
“No ano passado, apenas 7% dos municípios goianos estavam em déficit. Este ano, o índice já alcança 65%, acima da média nacional de 51%”, afirmou.
Entre os fatores que pressionam os cofres públicos estão o reajuste do salário mínimo acima da inflação, a valorização do piso nacional do magistério, recomposição salarial dos servidores e aumento dos custos da máquina administrativa. Também pesam os gastos adicionais com cirurgias e exames represados durante a pandemia, que somaram aproximadamente R$ 245 milhões em despesas extras.
Com esse cenário, prefeitos defendem a urgência de medidas do governo federal para evitar que os municípios entrem em colapso financeiro e deixem de cumprir suas obrigações básicas.