Se você anda no trânsito — principalmente no de SP — com certeza já teve a impressão de que há mais motos na rua do que antigamente. E você está certo.
Nos últimos meses, a frota de motocicletas ultrapassou 35 milhões de unidades no país, quase metade do total de carros, e as vendas até setembro cresceram 13% em relação a 2024.

(Imagem: Agência Brasil)
Se você anda no trânsito — principalmente no de SP — com certeza já teve a impressão de que há mais motos na rua do que antigamente. E você está certo.
Nos últimos meses, a frota de motocicletas ultrapassou 35 milhões de unidades no país, quase metade do total de carros, e as vendas até setembro cresceram 13% em relação a 2024.
E qual a razão disso?
O boom está mais ligado ao poder de compra do brasileiro do que a fatores de mobilidade.
- Pense que em 2019, para você comprar um carro de entrada 0km, era preciso cerca de R$ 35 mil. Hoje, o preço já beira os R$ 70 mil/R$ 80 mil;
- Em contrapartida, uma motocicleta básica saiu de R$ 7 mil para pouco mais de R$ 10 mil no mesmo período. Além disso, encher o tanque e o custo de manutenção de uma moto é, em média, 5x mais barato do que de um carro.
Com o carro cada vez mais caro, crédito restrito e uma renda mais comprimida, a moto virou uma alternativa de locomoção mais barata — e, para muita gente, uma ferramenta de trabalho com o crescimento dos deliveries.
O fenômeno é mais forte no Nordeste. Por lá, a frota triplicou em 10 anos e 70% das cidades têm mais motos que carros.
E se o preço explica o desejo, o consórcio vem garantindo o acesso. Com os juros altos, os consórcios se consolidaram como alternativas para garantir o automóvel.
- Atualmente, cerca de 1/4 de todos os consórcios no Brasil são de motocicletas.
Em um país de indústria desacelerada e crédito caro, o setor de motocicletas parece ser um raro ponto fora da curva. Cresce, emprega e produz nacionalmente mesmo que, no fundo, seja o reflexo de uma economia mais estagnada.


