
O Brasil saiu novamente do Mapa Mundial da Fome, segundo relatório da ONU. Após retornar à lista em 2021, o país deixou a zona de insegurança alimentar grave em 2025, com base em dados coletados entre 2022 e 2024.
De acordo com os critérios da ONU, uma pessoa é considerada “desnutrida” quando consome menos calorias do que necessita. Para sair do mapa, o percentual de subnutrição precisa estar abaixo de 2,5% da população.
A melhora foi impulsionada pelo programa Brasil Sem Fome, lançado em 2023, que retirou 24 milhões de pessoas da insegurança alimentar grave. A meta inicial era alcançar esse resultado até 2026.
Desafio ainda persiste
Apesar do avanço, 35 milhões de brasileiros ainda convivem com algum nível de insegurança alimentar, situação em que famílias não têm garantia de acesso a comida suficiente ou de qualidade.
As regiões Norte e Nordeste registram os índices mais críticos, com taxas de insegurança grave chegando a 7,7% dos lares, enquanto no Sul o número é de apenas 2%.
Mesmo sendo uma das cinco maiores potências agrícolas do mundo, o Brasil enfrenta dificuldades para alimentar toda a sua população. Especialistas apontam dois fatores principais:
- Baixo poder de compra: milhões de brasileiros não têm renda suficiente para garantir alimentação adequada.
- Foco nas exportações: parte significativa da produção agropecuária é direcionada ao mercado externo, limitando a oferta interna.
Contradições no cenário alimentar
Enquanto milhões enfrentam fome, o país também registra aumento no número de obesos. Em uma década, a taxa subiu de 19,1% para 28,1%, atingindo mais de 45 milhões de pessoas.
Panorama global
No mundo, a fome ainda atinge entre 638 milhões e 720 milhões de pessoas, concentradas principalmente na Ásia e na África.