
Faltando dois dias para o anúncio de um novo pacote de tarifas dos Estados Unidos, o governo brasileiro corre contra o tempo para tentar excluir três produtos estratégicos da lista: café, suco de laranja e aviões da Embraer.
A proposta brasileira é que esses itens fiquem de fora da tarifa de 50% anunciada por Donald Trump. Curiosamente, o pedido vai ao encontro de uma declaração recente do secretário de comércio dos EUA, Howard Lutnick, que afirmou estudar a isenção de produtos que não são fabricados no território americano, como o café e o cacau.
O impacto para o Brasil pode ser bilionário:
- Suco de laranja: o Brasil exporta 95% de sua produção, sendo 42% só para os EUA. Se as tarifas forem aplicadas, o prejuízo pode chegar a R$ 4,3 bilhões por ano.
- Café: os americanos compram 17% do café brasileiro exportado. A substituição por outros fornecedores é considerada inviável.
- Embraer: com 3 mil funcionários e US$ 3 bilhões em ativos nos EUA, a empresa estima que o tarifaço pode adicionar R$ 50 milhões ao custo de cada avião, comprometendo sua competitividade. Até 2030, o impacto pode superar R$ 20 bilhões.
Mesmo com rumores de que o presidente Lula estaria disposto a contatar Trump diretamente, fontes do governo indicam que essa ligação não deve ocorrer até o início do tarifaço, previsto para sexta-feira (1º de agosto).
O Brasil segue tentando negociar nos bastidores para evitar o impacto direto sobre exportações estratégicas e preservar empregos, investimentos e competitividade no cenário global.