Por Návio Leão
Goiás, com seus 246 municípios, tem muito de sua história marcada por pioneiros que desbravaram suas terras numa época em que tudo era mais difícil. Esses pioneiros, com sua sagacidade, vontade e, depois, com seu prestígio adquirido pelo tempo, melhoraram o lugar que escolheram para viver, fazer sua vida e morrer.
Muitos deles já não estão mais entre nós, a eles nossa reverência. Mas, e aqueles que já fizeram tanto quanto esses pioneiros e ainda continuam aí, servindo o povo com o mesmo espírito solidário de quando iniciaram suas vidas públicas? A eles também o nosso respeito e o nosso reconhecimento.
Em Campo Alegre de Goiás, temos uma dessas figuras raras. José Antônio Neto Siqueira, aí está um legítimo, um autêntico pioneiro. Se não vejamos: de seus 70 anos, completados neste ano da graça de 2024, 48 deles foram vividos ali, naquela comunidade, a saudosa e memorável “Rudá”, um antigo pouso de boiadeiro que fazia parte de Ipameri, que antes ainda fazia parte de Catalão. Sua emancipação se deu em 1959.
Ao completar seus 71 anos neste 12 de novembro, não se pode deixar de registrar o quanto foi importante para sua evolução, a transformação do município em referência do agro na região. E é preciso ser justo com a história: a presença de José Antônio à frente da prefeitura por quatro vezes — essa quarta passagem se encerra em 31 de dezembro de 2024 — contribuiu muito para que o município chegasse a essa condição. Se contarmos mais um mandato de sua esposa, Maria Aparecida Fleury (Cidinha), são 20 anos de mandato. E isso não é pouca coisa. Para ficar tanto tempo, é preciso fazer muito. E José Antônio fez.
A conta é até fácil de fechar, mesmo sendo difícil enumerar o impressionante volume de obras entregues por esse paracatuense de nascimento e campoalegrense de alma e coração. O que o “Zé”, como é carinhosamente chamado pela população, fez e se notabilizou foi tratar a todos com distinção e igualdade, resolvendo o que tinha que resolver. O resultado foi obras em todas as áreas, obras em toda a cidade.
Hoje, é difícil — ou impossível — você andar 500 metros na cidade e não se deparar com algo construído por Zé Antônio.
A constatação pode ser feita por um breve giro na cidade. Em todo canto que você for, lá estará a marca de uma das quatro gestões de Zé Antônio. Do céu azul, bairro que ele construiu inteiro, à Vila Aurora, onde realizou o sonho de dezenas de famílias, fazendo mais de 60 moradias; passando pela Avenida Leopoldo de Bulhões, no centro; indo para o Santa Catarina ou Vila Satélite, está lá, está tudo aí para quem quiser ver de perto. Escolas, praças, campos, calçadas, avenidas, obras estruturantes. Mas talvez a maior construção seja aquela que não vemos, que não está à vista, aos olhos de todos. É aquela que está no coração das pessoas, que reconhecem que, de fato, a grande construção de Zé Antônio foi a construção de uma cidadania para pelo menos duas gerações de campoalegrenses, que puderam ver seus sonhos se realizarem pelas mãos de um único homem que não foi egoísta. Pelo contrário, foi visionário e inovador. Isso não é pouco.
Hoje há um senso comum, há uma verdade inexorável: Zé Antônio está na história de Campo Alegre como aqueles antigos pioneiros — precursor, desbravador, antecessor — aquele que construiu as pontes, as bases tão necessárias para o progresso e o desenvolvimento que a cidade almejava. Mas ele também é temido… Sim, alguns adversários o temem, porque sabem, descobriram o seu real tamanho. Os embates políticos acabaram por escancarar o seu segredo. Estamos diante de um homem de coração puro, trato honesto, atitudes leais e fala sincera.
Campo Alegre agora está feliz, e como disse Thomas Hardy certa vez, que a nossa “felicidade” não seja determinada por aquilo que nos falta, mas pelo bom uso do que temos. E o que temos hoje? Uma cidade preparada para o futuro, preparada por aquele homem que soube olhar adiante e ver, além dos montes e dos muros, um sonho tangível que se tornou realidade e fez, por décadas, a alegria e o bem-estar de toda a sua gente. Esse homem é José Antônio Neto Siqueira.