
Atraídos por juros altos e ativos descontados, aportes externos já somam R$ 21 bilhões em 2025 e colocam o Brasil novamente no radar global
Enquanto parte dos investidores locais ainda adota cautela diante do cenário econômico, os estrangeiros estão fazendo exatamente o oposto: acelerando os aportes no Brasil. A entrada de capital externo no país disparou nos últimos dois meses, sinalizando um novo fôlego para o mercado financeiro brasileiro.
Com juros ainda elevados e ativos considerados baratos em comparação com outras economias, o Brasil parece ter retomado — ou ao menos intensificado — sua relevância no radar dos grandes investidores globais.
Segundo dados da B3, até o dia 22 de maio, o saldo de capital estrangeiro na Bolsa brasileira chegou a R$ 10,1 bilhões — praticamente o total que havia entrado desde o início do ano. No acumulado de 2025, o volume já soma R$ 21 bilhões.
Esse fluxo positivo se refletiu diretamente no desempenho do Ibovespa, que ultrapassou a marca histórica dos 140 mil pontos, impulsionado principalmente pelo “apetite gringo”.
Mas não foi apenas na bolsa que os aportes se destacaram. O investimento estrangeiro direto também teve um salto expressivo. Em abril, o Brasil recebeu US$ 5,5 bilhões em novos investimentos produtivos — um crescimento de 41% em relação ao mesmo mês de 2024. Considerando as saídas, o saldo líquido foi de US$ 4,3 bilhões, alta de 58%.
Brasil ganha espaço diante da cautela global
Parte desse movimento pode ser explicada pelo momento de incertezas enfrentado por outras economias emergentes, como China e Índia. Tensões geopolíticas, tarifas comerciais e riscos fiscais têm levado investidores globais a adotarem uma postura mais conservadora nesses mercados.
Diante disso, o Brasil surge como uma alternativa atrativa, absorvendo parte dos recursos destinados tradicionalmente a países emergentes. A combinação de estabilidade institucional, liquidez e retorno financeiro tem feito os olhos do mundo se voltarem novamente para cá.
Resumo da ópera: o Brasil está, mais uma vez, na mira dos investidores internacionais — e a maré pode continuar favorável se o cenário macroeconômico mantiver sinais positivos.