O que define o sucesso: esforço ou o berço familiar?

de Návio Leão

A desigualdade de oportunidades é um dos temas mais polêmicos e discutidos no dia a dia. Há quem acredite existir uma “corrida desigual” pelo sucesso. Já outros afirmam que tudo é uma questão de esforço e meritocracia.

Nesse embate de ideias, um novo relatório da OCDE trouxe mais dados para a mesa de discussão.

Segundo o estudo, mais de 60% da desigualdade de oportunidades de renda nos países da organização — que não inclui o Brasil — estão relacionadas a fatores familiares e educacionais.

Na prática, isso quer dizer que essa desigualdade vem mais de fatores externos do que da capacidade de produção de uma pessoa em si.

Os dados mostram que o nível de escolaridade e a ocupação dos pais são os maiores determinantes do futuro econômico de uma pessoa.A escolaridade do pai responde por 18,5% das diferenças de renda, a da mãe por 15,9%. A ocupação de ambos soma quase 30% do impacto total.Em contrapartida, aspectos como local de moradia, gênero e nível de urbanização têm peso bem menor.(Imagem: snaq)

Em metade dos países analisados, a combinação entre educação e ocupação dos pais representa mais de 60% da desigualdade de oportunidades — e chega a ultrapassar 75% em 1 a cada 10 nações.

A organização defende que políticas voltadas à educação infantil, infraestrutura social e igualdade de acesso regional são essenciais para que o sucesso dependa menos de uma herança familiar e mais do mérito/da trajetória individual.

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