(Imagem: Fernando Frazão | Agência Brasil)
Um estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) mostrou que, no segundo trimestre de 2025, o salário médio de quem trabalha de maneira informal ou autônoma cresceu mais do que o salário médio de quem é CLT, na comparação anual — 2T2025 vs 2T2024.
- CLT: Crescimento médio de 2,3% no salário;
- Autônomo: Crescimento médio de 5,6% no salário;
- Informal: Crescimento médio de 6,8% no salário.
Quando falamos de absoluto, a renda média dos celetistas foi de R$ 3.171 no segundo trimestre, enquanto a renda média dos autônomos foi R$ 2.955 e dos informais R$ 2.213. É o maior nível para os trabalhadores sem carteira desde 2012, início da série de dados.
Mas é a mudança da tendência que tem chamado atenção… Há quatro anos, no segundo trimestre de 2021, os salários do CLTs superavam os de autônomos em 25%. Agora, no segundo tri deste ano, essa diferença caiu para 7,3%.
O efeito colateral dessa tendência
Com o crescimento de plataformas de autônomos, como Uber, iFood e outras, mais pessoas ficam sem cobertura previdenciária — ou seja, sem direito a receber aposentadoria.
Em paralelo, os MEIs até têm esse direito, mas o imposto que eles pagam — 5% do salário mínimo — não é o suficiente para cobrir futuras aposentadorias, o que pressiona o sistema previdenciário. Com cada vez mais MEIs, no fim de 2024, essa “renúncia fiscal” do modelo atingiu R$ 6,44 bilhões, um aumento anual de 24,4%.