Trabalhar e Estudar: Como Essa Dupla Pode Turbinar o Desenvolvimento do Cérebro, Aponta Pesquisa

de Návio Leão

Conciliar estudo e trabalho pode ser mais do que uma necessidade financeira — pode ser um bom negócio para o cérebro. É o que revela o Indicador de Alfabetismo Funcional (Inaf), que analisou o nível de habilidades cognitivas de jovens brasileiros entre 15 e 29 anos.

Segundo o levantamento, 65% dos que conseguem estudar e trabalhar ao mesmo tempo possuem alfabetismo consolidado, ou seja, conseguem interpretar textos complexos, compreender informações mais elaboradas e realizar cálculos com números grandes. Em contrapartida, entre aqueles que apenas estudam, esse índice cai para 43%, enquanto o percentual de analfabetos funcionais sobe para 14%.

O estudo também destaca desigualdades raciais e de gênero. Entre jovens negros, 17% são analfabetos funcionais e apenas 40% possuem alfabetismo consolidado, contra 13% e 53%, respectivamente, entre jovens brancos. No recorte por gênero, a situação é ainda mais desigual: 42% das mulheres jovens que são analfabetas funcionais não estudam nem trabalham — muitas por conta de responsabilidades com filhos e familiares — contra 17% dos homens nessa condição.

Embora a pesquisa não comprove relação direta de causa e efeito, os dados sugerem que a inserção no mercado de trabalho durante a formação escolar pode ajudar no desenvolvimento de competências de leitura, escrita e interpretação.

Panorama geral: Apesar do benefício apontado entre jovens que trabalham e estudam, o avanço da alfabetização plena no país é lento. Apenas 35% da população brasileira com mais de 15 anos tem alfabetismo consolidado, enquanto 29% ainda são considerados analfabetos funcionais.

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