México e União Europeia são os mais afetados; medida amplia tensão global no comércio internacional

O ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou no fim de semana a imposição de novas tarifas de até 30% sobre produtos importados de dois de seus maiores parceiros comerciais: México e União Europeia (UE). A decisão faz parte de um pacote mais amplo de tarifas contra 23 países, incluindo Brasil, Japão e Canadá.
A justificativa da medida varia conforme o parceiro. Em carta enviada à presidente do México, Trump acusou o país de não conseguir conter os cartéis de drogas, afirmando que “a América do Norte se transformou em um playground do narcotráfico”. Já na mensagem enviada à presidente da Comissão Europeia, o argumento foi o desequilíbrio comercial, com a alegação de que o bloco europeu gerou um superávit de US$ 56 bilhões nas trocas com os EUA em 2024.
As novas tarifas impactam diretamente mais de US$ 2,8 trilhões em comércio internacional com os dois parceiros. Em 2024, o México movimentou US$ 840 bilhões em comércio com os EUA, enquanto a União Europeia chegou a US$ 2 trilhões.
🌐 Reações internacionais
A resposta das nações afetadas foi rápida. A União Europeia decidiu suspender tarifas retaliatórias que estavam programadas para entrar em vigor nesta segunda-feira (15), na tentativa de abrir espaço para um acordo diplomático até o fim do mês. Internamente, autoridades do bloco veem o gesto como uma estratégia de barganha.
Já a presidente do México, Claudia Sheinbaum, reagiu com firmeza:
“Estamos abertos ao diálogo, mas a soberania do México não está à venda”, declarou, em tom semelhante ao discurso do presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, sobre políticas protecionistas globais.
Especialistas veem o movimento como parte da estratégia eleitoral de Trump, que tem intensificado sua retórica nacionalista e protecionista em meio à corrida presidencial de 2026.
📉 Impactos globais
A ampliação das tarifas dos EUA pode trazer reflexos importantes para o comércio internacional, elevando custos, pressionando cadeias de suprimento e alimentando tensões diplomáticas. O alerta acende preocupações em países exportadores, que devem buscar alternativas para manter acordos comerciais e minimizar perdas.