
O senador Wilder Morais (PL) oficializou, na segunda-feira (17), sua pré-candidatura ao Governo de Goiás. O anúncio ocorreu em meio à crescente pressão interna de seu próprio grupo político, que cobrou uma definição rápida do partido diante das recentes mudanças no cenário estadual. A iniciativa busca reagir à desidratação do PL, provocada pela migração de prefeitos e lideranças para a base do governador Ronaldo Caiado (União Brasil).
Nos últimos meses, a legenda perdeu espaço em diversas regiões do Estado. Dos 26 prefeitos eleitos pelo PL em 2024, 14 já deixaram a sigla para se filiar ao União Brasil ou ao MDB, partidos que compõem a base governista. A saída mais recente foi a do prefeito de Novo Gama, Carlinhos do Mangão, que se filiou ao União Brasil em 11 de novembro, fortalecendo o grupo político liderado por Caiado e pelo vice-governador Daniel Vilela.
A baixa também alcançou a esfera estadual. O deputado Paulo Cezar Martins deixou o PL e se filiou ao MDB após reunião direta com o governador. A mudança selou a reaproximação entre ambos e alinhou o parlamentar ao projeto político do grupo governista para 2026.
Durante entrevista ao programa Universo Politheia, Wilder Morais reconheceu o impacto dessas movimentações em sua decisão. Segundo ele, o partido precisava reagir para evitar novas perdas e demonstrar unidade diante do avanço de outras siglas. “Quando você tem um grupo político, esse grupo cobra e coloca as condições. Hoje conversamos sobre o assunto, e o grupo disse: ‘precisamos colocar o seu nome em guarda’”, afirmou ao jornalista Altair Tavares.
O senador destacou ainda que o PL precisava se posicionar de forma imediata, já que União Brasil, MDB e outros partidos vinham se organizando com antecedência para as eleições de 2026. “Com clareza, o PL precisava se posicionar. A partir de hoje, sou pré-candidato ao Estado”, declarou.
Com a pré-candidatura anunciada, o PL busca agora reconstruir sua estrutura interna e conter novas migrações, enquanto o grupo governista segue ampliando sua influência regional. A disputa política promete ganhar força nos próximos meses, com movimentos que podem redefinir o equilíbrio eleitoral em Goiás.


