Um dos fundadores do Movimento Negro Unificado, o pesquisador escreveu livros sobre a escravidão e sobre o Parque Nacional da Emas
Um dos mais importantes historiadores do país, Martiniano José da Silva morreu na terça-feira, 26, aos 88 anos. Ele deixou obras imprescindíveis sobre a escravidão em Goiás. Era um historiador militante e sempre fiel aos fatos, procurando apresentar uma interpretação precisa, posicionada e crítica.
O Instituto Cultural e Educacional Bernardo Élis Para os Povos do Cerrado e o Instituto Histórico e Geográfico de Goiás publicaram uma nota conjunta, que é publicada a seguir na íntegra.
Nota conjunta de pesar pelo falecimento de Martiniano José da Silva
O Instituto Cultural e Educacional Bernardo Élis Para os Povos do Cerrado (ICEBE) e o Instituto Histórico e Geográfico de Goiás (IHGG) se entristecem pelo falecimento do sócio emérito das duas instituições Martiniano José da Silva — um dos fundadores do Movimento Negro Unificado (MNU) e pioneiro do estudo dos quilombos em Goiás —, na terça-feira 26, na cidade de Mineiros, no Sudoeste de Goiás, onde exercia notável liderança (foi professor, pesquisador e advogado).
Martiniano José da Silva foi um arauto da luta antirracista Estado de Goiás, autor de diversos livros sobre o tema, e defensor do Parque Nacional das Emas, sua grande paixão. Escreveu sobre o parque no livro “Goiás +300, Memória e Patrimônio”.
Natural de Casa Nova (BA), onde nasceu em 18/9/1936, advogado e mestre em História, publicou obras icônicas como “Racismo à Brasileira” — citado na trilogia “Escravidão”, de Laurentino Gomes —, “Sombra dos quilombos”, “Teatro Experimental do Negro”, “Quilombos do Brasil Central” e, recentemente, “Racismos na pandemia”.